Helio de la Peña adverte: não é porque você resolveu ter filhos que terá de passar todas suas férias na Disney
HELIO DE LA PEÑA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Os pais começam a suar frio ao imaginar os perrengues que terão de passar para manter a família unida e satisfeita a partir do momento em que decidem levar os filhos para conhecer algum outro lugar que não a Disney.
Você diz: "Vamos fazer uma viagem diferente desta vez. Vamos ao México!". E eles respondem: "México? É perto de Orlando?".
Familiarizados com o Google Maps, seus filhos começam a estudar uma maneira de chegar a Tihuana, onde pretendem cruzar a fronteira como clandestinos.
Calma, suas férias não precisam ser esse pesadelo! E não é porque você decidiu ter filhos que será obrigado a passar todas as férias na Disney até que eles se casem.
Conforme-se com o bico que vão fazer quando se derem conta disso e prepare-se!
A seguir, confira algumas dicas para acalmar as ferinhas e fazer uma boa viagem.
FUJA DE ROUBADAS
No aeroporto, o problema são as filas de espera. Passar horas no saguão até o chamado divino para o embarque virou rotina.
Mas seu filho não sabe disso e quer que a espera acabe depressa. Não se esqueça de colocar na bagagem de mão umas revistinhas da Mônica ou do herói preferido deles. Gibis adiam a impaciência infantil. Outro santo remédio é o gameboy. Esses joguinhos eletrônicos devem ter sido inventados por um sujeito preso num aeroporto com o filho.
NO BRASIL OU FORA?
O Brasil tem lugares incríveis para as crianças, como as praias do Nordeste, de águas morninhas. Você não fará esforço para curtir um dia inteiro entre mergulhos e castelos de areia.
Alguns destinos como a Praia do Forte ou Fernando de Noronha ainda contam com uma atração extra, o projeto Tamar, onde dá para ver tartarugas e aprender sobre a vida desses bichinhos. Como a mamãe põe os ovos, essas coisas. O tipo da viagem da qual a criança volta cheia de assunto para contar na escola.
A Amazônia, o Pantanal, as cataratas do Iguaçu e os parques nacionais são lugares que impressionam os pequenos.
Os passeios fora do país exigem atenção redobrada dos pais. O desconhecimento da língua pode entediar a criança. A saída é traduzir o que está sendo dito e o significado das placas -se você não souber traduzir, não se aperte. Invente uma tradução divertida.
Ficar abrindo o dicionário a cada dúvida é que não dá.
CAMINHAR E CHORAR
Pai aventureiro acredita que seu filho nasceu com a resistência de um "mariner". Carrega uma criança de quatro anos para caminhadas de oito horas com uma mochila de 12 kg nas costas. Resultado: em três minutos está com o filho no colo.
Você não precisa restringir seus passeios com seu guri nos corredores de um shopping, mas também não precisa transformar a aventura numa prova do reality show Survivors.
Antes de agendar, dê uma olhada no tamanho das pernas do seu filho. Combine um passeio compatível com o tamanho dele!
Ah, sim, boné, protetor solar e água são itens importantes e não frescurebas que sua mulher quer que você carregue na mochila.
COME, MOLEQUE!
A hora da refeição é outro momento tenso. A maioria das crianças é avessa a saladas, legumes ou verduras. Quando o destino é um país de culinária exótica ou picante, as restrições costumam se multiplicar.
Se você é daqueles que conseguiu educar seus filhos a comer de tudo, parabéns. Depois me passa teu endereço para eu despachar os meus pra sua casa.
Uma viagem não é o lugar ideal para se operar uma reeducação alimentar. Isso só gera estresse e choradeira. Minha dica: se o casal está viajando com seu pimpolho, cabe reforçar o discurso de que faz parte conhecer a comida local.
Ele deve fazer um esforço para que a criança ao menos prove os pratos diferentes. Se for o caso, vale aplicar um certo "terror light", dizer que, se não comer a gororoba, vai passar fome. A mãe deve concordar com o discurso do pai. E, claro, levar um pacote de biscoito escondido na bolsa.
MUSEU: FILME DE TERROR
"Filho, amanhã vamos ao museu." Quando o pai e a mãe anunciam em tom solene o programa, a criança mal consegue pegar no sono.
Imagina desesperada o tédio que vai lhe atacar nas infinitas galerias do Louvre ou de um similar local. A ida ao museu não pode ser um pesadelo. Para isso, cabe informar os pequenos sobre as obras mais curiosas.
Se optar por um guia, veja se há algum que fale português. Ou um que fale espanhol devagar.
Se não encontrar, seja você mesmo o tradutor. Mas seja sucinto: falta muito para seu filho usar esse conhecimento numa prova do Enem.
Mesmo a visita a um sítio arqueológico pode ser divertida. A história dos astecas e dos maias, por exemplo, é recheada de detalhes macabros, como os sacrifícios humanos. Não há quem não se interesse.
Os progressos dos povos antigos impressionam. Fatos como o surgimento da escrita prendem a atenção de crianças e adultos. No México, depois de ouvir falar em maias, astecas, olmecas, toltecas, meu garoto de sete anos soltou esta pérola: "Papai, se os maias são feras assim, imagina os olmecas!". Concordei, sem fazer a menor ideia do que ele queria dizer.
HORA DAS COMPRAS
Só uma pessoa com dinheiro na mão pode gostar da hora das compras. E criança não é exceção: estabeleça um orçamento bem enxuto, uma merrequinha, na verdade. E dê liberdade para que o pequeno escolha uma lembrança.
VOLTANDO PARA CASA
Ok, você venceu. Arriscou levar seu filho para um lugar que não era a Disney e ele gostou!
Ele (ou ela) aprendeu a fazer companhia aos pais, viu que todo mundo -e não somente ele- quer se divertir numa viagem. Se puder deixar na mão das crianças uma câmera barata, elas farão seus registros e vão contar direitinho como foi sua viagem. Se bobear, as fotos delas ainda ficam melhores que as suas.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Taxi no RJ
Uma experiência a parte
Andar de taxi no RJ é sempre uma experiência. Além de serem verdadeiras matracas, que falam até quando você pede silêncio, muitas vezes participando forçadamente da sua conversa (mesmo que seja de trabalho), alguns são a re-encarnação do Ayrton Senna, ou melhor dizendo, são parte do bando malvado dos filmes do Mad Max, que andam naquelas cadeiras elétrica sob rodas a mais de 200 km/h. A maioria dos taxistas, especialmente quando estão no aterro do Flamengo, se sentem na obrigação de descer o pé, e fazer aquelas curvas (as vezes com inclinação negativa) no limite da aderência.
No Rio existem basicamente duas tribos (com sub divisões), os comuns amarelinhos, e os especiais (Vermelhos, Azuis, Verdes, Brancos, Cinzas e os dos hotéis).
Os comuns custam bem barato, e são uma ótima opção para circular pela cidade. A dica é sempre pegar um carro bom e com pinta de novinho. Grandes chances de ser um taxi particular, e não alugado. Olhar a pinta do “piloto” é também uma boa, e geralmente dá certo. Taxista com cara de malandro, geralmente, é malandro.... Além disso, o taxista comum sempre faz a pergunta: Quer ir por onde??? Como se você conhecesse profundamente a cidade para dar uma dica para ele, que guia o dia todo....
Os taxis especiais são bem caros (como os especiais de São Paulo), e muitos dos motoristas são aposentados de atividades mais nobres. Além disso, aceitam cartão de crédito, que para quem vai a trabalho, é fundamental.
Eu não sou muito de falar com taxistas, mas volta e meia pego um figura que vale a pena. Estou agora no RJ, e somente nesta viagem, tive a oportunidade de ter uma aula sobre a Comunidade da Rocinha, seus encantos, infra estrutura, e como é uma comunidade completamente diferente do resto das favelas (com bancos, lojas, restaurantes, escolas, serviços de transporte público, entre outros), inclusive vim a saber que pode-se cruzar para a Gávea pelo meio da Rocinha, o que, apesar de amedrontador, me deixou com uma certa curiosidade.
Além da aula sobre a Rocinha, tive a oportunidade de andar com um ex diretor de harmonia da Portela, que me contou tudo sobre os bastidores, atividades ao longo do ano, sacanagens, e o triste episódio a alguns anos quando um carro alegórico quebrou na entrada da avenida, atrapalhando a entrada de toda a escola, ao ponto que a última ala, justo a da Velha Guarda, não pode entrar na avenida para não comprometer a cronometragem, e cair para a 2ª divisão. “Aquilo foi a gota d’água, naquele dia, falei: Tô fora!!!” disso o motorista. Também tive uma aula sobre portos no Brasil, com um ex- funcionário da Portobrás, que era a estatal que cuidava dos portos no país. “Naquela época os portos descarregavam 20 container/hora, hoje são apenas 22... Não evolui nada!!!”disse frustrado.
Também já tive a oportunidade de aprender sobre o mercado de tabuleiros de feira, e a máfia que existe nesse mercado, e já peguei ex-tripulante da Varig, que me deu altas explicações sobre segurança, e sobre algumas teorias a respeito do acidente da Air France (em que perdi minha grande amiga Letícia Chem). “A Air France é do governo, A Airbus também é do governo...Você acha que eles vão admitir que foi falha do avião???” concluiu revoltado. Faz sentido....
Estar no Rio de Janeiro de coração aberto sempre te traz boas experiência, esta cidade merece ser o cartão postal do Brasil!
Hotel Interconetinental do Rio de Janeiro
Ainda uma opção interessante
Viajo todas as semanas para o Rio, e de vez em quando fico para dormir. Como meus clientes estão na Barra, ou em Ipanema/Leblon, acabo sempre ficando em diferentes hotéis de Ipanema e Leblon, que são as regiões mais espetaculares da cidade. Moraria fácil por ali, especialmente no Leblon.
A pouco tempo estive no RJ com um inglês que trabalha em minha empresa, e ele insistiu em ficar no Intercontinental, por conta do programa de fidelidade que ele possui. Não era uma opção lógica para mim, por que me parecia um hotel caro, decadente, e fora de mão. Mudei de opinião. Depois daquela vez, fiquei mais três vezes no hotel.
Para quem já esteve no hotel a muitos anos atrás, a primeira sensação é de que a piscina era maior. De fato ERA. Era uma daquelas piscinas grandes de hotel de Miami Beach, tipo resort, onde alguns quartos tinham a varanda no mesmo piso da piscina. A alguns anos o hotel vendeu uma boa parte do terreno para a construção de um prédio residencial, e a obra agora está embargada. (Mandaram bem!!!! Tiraram uma piscina maravilhosa, e ganharam uma obra embargada ao lado...) Bom, agora a piscina é meio sem graça, mas sempre tem gente lá.
Piscina antiga do Intercontinental do Rio |
Piscina atual do Intercontinental RJ |
Considerando a fortuna que se paga para ficar em Ipanema e Leblon, o Intercontinental tem preço super competitivo. E tem amenidades que nenhum daqueles hoteizinhos de Ipanema têm. A piscina apesar de sem graça, é uma boa piscina, fora isso, existem diferentes ambientes para trabalhar ou se reunir com alguém (os de Ipanema muitas vezes não tem sequer um cantinho calmo para fazer um conference call), tem aquele tradicional bar de recepção que os gringos adoram (já os brasileiros preferem sair para um bar de rua), e tem uma ótima academia de ginástica terceirizada, com todo tipo de equipamento, instrutor e aulas variadas. Isso faz diferença.
Academia do hotel Intercontinental do RJ |
O hotel está, de fato, bem decadente. Algumas paredes do bar parecem ter tido umas 45 demãos de tinta nos últimos anos, o forro tem bolhas, os móveis e o carpete estão cansados (as vezes quebrados), e por fora o prédio tem algumas rachaduras bem grandes. O curioso é que o hotel vive cheio, portanto, deveria tem um bom fluxo de caixa para pagar os estragos do uso. A maior parte dos hóspedes é composta de estrangeiros (que preferem fiar nas grandes redes internacionais) e tripulações de empresas aéreas. Dica: Insista em pegar um quarto de não fumantes. Fale de forma pausada, e repita para ter certeza que o recepcionista entendeu bem, e qualquer coisa peça para ele escrever o que entendeu. N-ÃÃÃÃ-OOOO FU-MAN-TEEEE!!! Repetindo... Peça para ele repetir com você. Os quartos de fumantes têm cheiro tão forte, que parece que você foi jogado em uma piscina de cinzas de cigarro. Basta um passo para dentro, para você recuar, e voltar para o corredor. Pior que nesta última vez eu pedi (não de forma enfática) e quando abri a porta do quarto, veio a brisa. Não precisei nem entrar...
A parte gastronômica é também muito bem servida, contando com um ótimo café da manhã no restaurante Aquarela, e o badalado restaurante espanhol Eñe. Como todo hotel antigo 5 estrelas, tem também aquele cacoete de vender tudo 5 vezes mais caro, o que incomoda um pouco, especialmente quando você quer comer um sanduichinho, e vem uma fatura d R$ 30. Antigamente contava com o tradicionalíssimo Alfredo di Roma.
Restaurante Eñe |
A localização também se mostrou muito boa. A praia de São Conrado é maravilhosa, uma das vistas do hotel é para a espetacular Pedra da Gávea, e pro Clube de Golfe da Gávea, e logo atrás do hotel está o Fashion Mall com lojinhas simpáticas, bons cinemas, um teatro, e muita gente bonita. Apesar de ter a Favela da Rocinha na outra visada do prédio, todo mundo na região jura ser uma região absolutamente tranqüila, inclusive na praia. Para ir ao Leblon, a corrida de taxi não chega a R$ 15.
Vista da pedra da Gávea, e do clube de Golfe. (detalhe: Piscina antiga) |
Por fim, voltando a praia, para quem gosta de correr na orla, a praia de São Conrado e muito gostosa. O circuito é curto, e em uma corrida de 30 minutos eu costumo fazer duas idas e voltas, mas isso é só um detalhe. No final da praia, dependendo do horário você vai ver as Asas Delta e os Paragliders pousando lentamente na areia. Os prédios no final da orla são um show a parte. O final da orla é também a área mais tranqüila para ficar na praia, caso você tenha receio de ficar no começo, próximo a Rocinha.
Conclusão, apesar de decadente, e cheio de coisas a melhorar ( e espero que melhorem antes da Copa do Mundo), o Hotel Intercontinental do Rio de Janeiro é ainda uma boa opção para ficar. Voltarei mais vezes.
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