quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Taxi no RJ


Uma experiência a parte

Andar de taxi no RJ é sempre uma experiência. Além de serem verdadeiras matracas, que falam até quando você pede silêncio, muitas vezes participando forçadamente da sua conversa (mesmo que seja de trabalho), alguns são a re-encarnação do Ayrton Senna, ou melhor dizendo, são parte do bando malvado dos filmes do Mad Max, que andam naquelas cadeiras elétrica sob rodas a mais de 200 km/h. A maioria dos taxistas, especialmente quando estão no aterro do Flamengo, se sentem na obrigação de descer o pé, e fazer aquelas curvas (as vezes com inclinação negativa) no limite da aderência. 



No Rio existem basicamente duas tribos (com sub divisões), os comuns amarelinhos, e os especiais (Vermelhos, Azuis, Verdes, Brancos, Cinzas e os dos hotéis).


Os comuns custam bem barato, e são uma ótima opção para circular pela cidade. A dica é sempre pegar um carro bom e com pinta de novinho. Grandes chances de ser um taxi particular, e não alugado. Olhar a pinta do “piloto” é também uma boa, e geralmente dá certo. Taxista com cara de malandro, geralmente, é malandro.... Além disso, o taxista comum sempre faz a pergunta: Quer ir por onde??? Como se você conhecesse profundamente a cidade para dar uma dica para ele, que guia o dia todo....

Os taxis especiais são bem caros (como os especiais de São Paulo), e muitos dos motoristas são aposentados de atividades mais nobres. Além disso, aceitam cartão de crédito, que para quem vai a trabalho, é fundamental.

Eu não sou muito de falar com taxistas, mas volta e meia pego um figura que vale a pena. Estou agora no RJ, e somente nesta viagem, tive a oportunidade de ter uma aula sobre a Comunidade da Rocinha, seus encantos, infra estrutura, e como é uma comunidade completamente diferente do resto das favelas (com bancos, lojas, restaurantes, escolas, serviços de transporte público, entre outros), inclusive vim a saber que pode-se cruzar para a Gávea pelo meio da Rocinha, o que, apesar de amedrontador, me deixou com uma certa curiosidade.

Além da aula sobre a Rocinha, tive a oportunidade de andar com um ex diretor de harmonia da Portela, que me contou tudo sobre os bastidores, atividades ao longo do ano, sacanagens, e o triste episódio a alguns anos quando um carro alegórico quebrou na entrada da avenida, atrapalhando a entrada de toda a escola, ao ponto que a última ala, justo a da Velha Guarda, não pode entrar na avenida para não comprometer a cronometragem, e cair para a 2ª divisão. “Aquilo foi a gota d’água, naquele dia, falei: Tô fora!!!” disso o motorista. Também tive uma aula sobre portos no Brasil, com um ex- funcionário da Portobrás, que era a estatal que cuidava dos portos no país. “Naquela época os portos descarregavam 20 container/hora, hoje são apenas 22... Não evolui nada!!!”disse frustrado.

Também já tive a oportunidade de aprender sobre o mercado de tabuleiros de feira, e a máfia que existe nesse mercado, e já peguei ex-tripulante da Varig, que me deu altas explicações sobre segurança, e sobre algumas teorias a respeito do acidente da Air France (em que perdi minha grande amiga Letícia Chem). “A Air France é do governo, A Airbus também é do governo...Você acha que eles vão admitir que foi falha do avião???” concluiu revoltado.  Faz sentido....

Estar no Rio de Janeiro de coração aberto sempre te traz boas experiência, esta cidade merece ser o cartão postal do Brasil!

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