sábado, 8 de maio de 2010

De Michigan para o Colorado, de carro

Já conheci muitos lugares bacanas e exóticos, mas lugar mais bonito que eu conheci foi Vail no Colorado, no verão.

Em 94, quando morei nos EUA, tive a idéia de, entre a minha fase East Lasing (Michigan), e a fase Washington, passar 1 semana viajando de carro até os estados de Colorado, Utah, Arizona e Novo Mexico. Não fiz nenhum plano, só sabia que queria conhecer estes exóticos estados americanos. Fora isso, eu adoro esquiar, e conhecer o Colorado era algo fundamental na minha vida. Só que era verão...

Estaria viajando sozinho. Sem nenhuma pressa aluguei um carro com quilometragem livre, coloquei a minha bicicleta no porta malas e sentei ao volante com o mapa aberto. localizei East Lansing no mapa, procurei o estado do Colorado no mapa, fiz as contas, e levei um susto: 2,500 km de distância..... Bem mais longe do que eu imaginava, mas para quem foi todos os anos para o Uruguai de carro, não era nada do outro mundo Mas era longe. Como eu não tinha passagem comprada para Washington, resolvi concentrar minha viagem apenas no estado do Colorado. E para ir direto ao "Creme de la Creme" resolvi restringir a viagem a Vail e Aspen.

O trajeto era um praticamente um L invertido. De Michigan para Indianápolis, descia para o sul, e de Indianápolis até Denver para o oeste.

Depois de 4 horas cheguei a Indianápolis, e fanático que sou por carros, fui conhecer o autódromo de Indianápolis. Que espetáculo! É gigantesco. Nada a ver com um autódromo tradicional, por que é um estádio gigante para 500 mil pessoas. Descobri que no final de semana seguinte aconteceria a primeira corrida em mais de 90 anos, de uma categoria que não fosse a Formula Indy. Seria a 1a Brickyard 400 da Nascar. Refiz meus planos para ver o treino de 6a feira. Com isso a viagem encurtou ainda mais...

De Indianápolis para Denver era um retão de mais de 2,000 kms. Passei por uma cidadezinha chamada Brazil, que ninguém sabia por que se chamava assim, e de lá para Saint Louis, onde entrei para conhecer e jantar, e conheci um pessoal que acabara de sair de um jogo de baseball. De lá fui a caminho de Kansas City. Dormi a uma hora de Kansas City.

No dia seguinte, passei por Kansas City, entrei para conhecer a cidade, e de lá a próxima parada seria Denver. Na saida de Kansas City pergunto a operadora do pedágio quanto faltava para Denver, e ela tranquilamente me fala: "Só 600 milhas... (1,000 kms)". Esse foi o trajeto mais interessante, por que até então as estradas eram aquelas típicas estradas americanas sem grandes atrativos. De Kansas City para Denver o visual é incrível. é um como um mar verde de pastos, até onde a vista alcança, com lindas plantações de girassol a cada tanto. A medida que se chega no estado do Colorado, aquele mar verde começa a ficar amarelo, até que praticamente vira um deserto. Enquanto se está no estado do Kansas, até os caminhões andam a 140km/h. Várias placas indicam para não andar com pouca gasolina, uma vez que os postos não são tão numerosos.

Várias cidadezinhas simpáticas estilo cowboy pelo caminho, até que chega-se a uma base militar onde morou o lendário General Custer, que em 1876, comandou a maior batalha entre o exército americano e índios. Eram os famosos índios Cheyenne, e comandados pelo famozérrimo Touro Sentado, deram um couro nos soldados americanos e mataram o General Custer. Foi a batalha do Little Big Horn River. A casa do general e muitos pertences estão impecavelmente guardados lá.

Cheguei em Denver a noite, depois de ter sido parado por um guarda rodoviário por excesso de velocidade. Cidadezinha super simpática. Jantei em um boteco, e de lá a próxima parada seria Vail.

A viagem foi plana até Denver, e de lá para Vail é pura serra. Tremenda serra! Acabei moído, e parei para dormir a mais ou menos uma hora de Vail.

No dia seguinte, o choque: Estava no lugar mais bonito que conheci até hoje. A região de Vail é composta de montanhas bem íngremes, conectadas por vales bem estreitos por onde passa a estrada.

Fiquei um dia em Vail andando de bicicleta, e no dia seguinte segui para Aspen, onde fiquei outros 2 dias, e sai correndo para ver o treino de Nascar em Indianápolis. Sequer parei para dormir em hotel. Dormi no estacionamento de um posto de gasolina.

Que viagem! o Treino da Nascar foi sensacional, e ao regressar para East Lansing, quase matei o garoto da locadora de automóveis do coração ao ver a quilometragem do carro...

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