Você nunca sabe quando certas oportunidades vão aparecer. Para nós, surgiu a oportunidade de ir para a China em plena época da SARS (gripe aviária que crescia de forma exponencial na Ásia, especialmente no sul da China, e em Hong Kong). No dia da viagem para a China, a Organização Mundial da Saúde soltou um comunicado pedindo para que as pessoas suspendessem suas viagens para a China, mesmo para os lugares de baixo risco, como Shangai e Pequim, que eram os locais onde visitaríamos durante a nossa viagem. Saiu no Jornal Nacional, bem quando estávamos a caminho do aeroporto.
Estava no carro quando um grande amigo, o Felipe Oria, ligou para o meu celular dizendo: “ Sou seu amigo, por isso quero te pedir que cancele a viagem. Acaba de sair no Jornal Nacional, blá, blá, blá...” .Foi uma viagem tensa até chegar em São Francisco, onde embarcaríamos para Shangai.
Chegando em nossa última escala em San Francisco, decidimos ficar por lá, mas depois do 6º dia resolvemos encarar a viagem para o outro lado do bueiro....
A viagem com escala prolongada nos EUA ajudou bastante a diminuir a sensação de viagem ao fim do mundo.
Ficamos 4 dias em Shangai e 6 dias em Pequim.
Depois que você chega na China vem uma sensação interessante: É mais tranqüilo ir para lá do que imaginávamos no começo. É longe. Mas dá para encarar. E a China é o máximo. Shangai e Pequim são grandes cidades, organizadas, limpas e com ótima estrutura turística. Além disso, são lindas, e baratíssimas.
Isso foi em 2003. Shangai nos deu a impressão de ser uma cidade totalmente voltada para um futuro de muito sucesso e riqueza. Futuro que ainda estava por vir. Prédios gigantescos, super modernos, mudavam de cor a noite, mas estavam vazios. Pudong parecia a cidade dos Jetsons, mas sempre ficava a sensação de estarem se preparando para um momento de bonança. Fomos a um shopping Center com as lojas mais incríveis do mundo. Vazio. Agora em 2010 a situação deve ser bem diferente....Agora tem um trem que vai a 400 km/h do aeroporto ao centro.
A comida uma delícia, e super fácil se virar. Todos os restaurantes apresentam foto e texto em inglês. As placas das ruas também apresentam o nome em inglês.
Pequim é uma cidade maravilhosa, e super fácil de se virar. Muitos lugares interessantes, além da muralha que fica a 1 hora de distância. Também fomos ao palácio imperial de verão, que fica um pouco afastado da cidade. E o mercado de roupas e bugigangas queé do outro mundo...
Enquanto estávamos em Shangai, a situação do SARS estava “sob controle”. Teoricamente haviam 10 casos. Em Pequim, haviam 30, e ainda assim usávamos as máscaras o tempo todo. Sempre íamos revelar fotos em um shopping perto do hotel, e as atendentes diziam não ser necessário usar as máscaras.
Durante o 4º dia de nossa estada em Pequim, A OMS (Organização Mundial da Saúde) descobriu que o governo chinês estava escondendo pessoas infectadas em hospitais. De 30 foram para 300 e em seguida para 3000. Ficou tenso. As mesmas atendentes que pediam para que tirássemos as máscaras começaram a usar máscaras também.
O médico da empresa que eu trabalhava (BCP – atual CLARO), me localizou via hotmail e pediu para que eu não fosse para o escritório ao voltar para o Brasil. Teria que fiar 10 dias em quarentena.
Ao chegar no Brasil, em pleno outono, e depois de quase 36 horas entre sair do hotel e abrir a porta de casa, eu sentia vontade de tossir, mas não podia por que isso poderia indicar que eu estava com SARS. Foram 10 dias tensos por que eu sentia a minha temperatura levemente alta e tinha vontade de tossir. Tudo psicológico, por que no 11º dia passou tudo....
Apesar do SARS, a viagem foi muito bacana. Vale muito a pena ir para a China.
Quero voltar!
sábado, 3 de abril de 2010
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